Dia do Profissional de Educação Física: homenagem, dados e futuro da profissão

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out, 15 2025

Quando Martins Machado, deputado distrital pelo partido Republicanos e presidente da Frente Parlamentar do Esporte, conduziu a sessão solene na Câmara Legislativa do Distrito Federal em 1º de setembro de 2025, a presença de representantes do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) deixou claro o peso da Educação Física na sociedade. O evento, também marcado como Dia do Profissional de Educação FísicaBrasília, celebrou 27 anos da Lei nº 9.696/1998, que regulamentou a profissão e exigiu formação superior.

Origem da data e marco legal

A Lei Federal nº 9.696, sancionada em 1º de setembro de 1998, instituiu o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e seus Conselhos Regionais (CREFs), definindo que apenas profissionais com diploma em Educação Física poderiam exercer a atividade. Em 2023, a profissão completou 25 anos de atuação regulamentada, conforme destacado pela revista oficial do CONFEF. O objetivo da lei era garantir qualidade técnica, proteger a saúde da população e criar um campo de atuação reconhecido nacionalmente.

Comemorações em 2025

Além da sessão na CLDF, a celebração se espalhou por universidades, clubes e centros esportivos. A Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EFEESP/USP) organizou uma mesa‑redonda transmitida ao vivo, abordando a formação de atletas de alto rendimento. O Clube de Benefícios do CBC (CB Clubes) destacou seu programa de reconhecimento aos educadores físicos que atuam nos clubes integrados, reforçando a importância da qualificação continuada.

  • Data: 1º de setembro de 2025
  • Local principal: Câmara Legislativa do Distrito Federal, Brasília
  • Transmissão ao vivo: TV Câmara e YouTube da CLDF
  • Participantes: deputados, diretores de CREFs, treinadores olímpicos
Depoimentos de lideranças do esporte

Depoimentos de lideranças do esporte

Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da CBAt, disse: "Apenas os profissionais de Educação Física podem requerer o registro de treinador na Confederação Brasileira de Atletismo. Meus cumprimentos e agradecimentos aos profissionais de Educação Física por honrarem a nobre missão de educar por meio do esporte".

Gianetti Sena Bonfim, treinadora do medalhista olímpico Caio Bonfim, destacou poeticamente: "O educador físico é como o artesão, só que de um corpo. Só mais 10... Não desista...". A frase, embora curta, captura a dedicação diária dos profissionais que, entre uma série e outra, constroem carreiras e autoestima.

Impacto na saúde pública e dados estatísticos

Estudos citados pelo CB Clubes apontam que a prática regular de atividade física orientada por profissionais qualificados reduz em até 30% o risco de doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão e obesidade. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2023, 23,5% dos brasileiros ainda são sedentários; porém, nos estados onde há maior presença de CREFs ativos, a taxa cai para 18,2%.

Além dos benefícios físicos, a presença de um educador físico melhora a saúde mental: em 2022, 71% dos participantes de programas de hidroginástica para idosos relataram diminuição dos sintomas de ansiedade.

  1. Redução de mortalidade por doenças cardiovasculares em 12% entre praticantes regulares.
  2. Aumento de 15% na qualidade de vida reportada por adolescentes que participam de aulas de Educação Física no ensino médio.
  3. Mais de 1,2 milhão de profissionais cadastrados no CONFEF em todo o país em 2024.
Desafios e perspectivas para a profissão

Desafios e perspectivas para a profissão

Apesar do reconhecimento, o setor ainda enfrenta desafios. A precarização de contratos em clubes de menor porte pode limitar a atuação de profissionais plenamente registrados. Além disso, a demanda por especializações – como treinamento de alta performance, reabilitação esportiva e educação inclusiva – exige investimento contínuo em cursos de pós‑graduação.

O deputado Martins Machado resumiu a situação ao afirmar que o educador físico é "fundamental para a formação de hábitos saudáveis, prevenção de doenças, reabilitação física e desenvolvimento esportivo e educacional". Ele ainda enfatizou a necessidade de políticas públicas que garantam salários dignos e incentivos à formação continuada.

Olhar para o futuro inclui a digitalização dos processos de registro e a adoção de plataformas como o SGE da Bigmidia, já em uso pela CBAt, que promete maior transparência e eficiência na gestão de treinadores.

Perguntas Frequentes

Como a data de 1º de setembro foi escolhida?

A escolha se deu porque 1º de setembro marca a entrada em vigor da Lei nº 9.696/1998, que regulamentou a profissão de Educação Física no Brasil, estabelecendo requisitos de formação superior e a criação do CONFEF.

Quais são os benefícios comprovados da atuação de um profissional de Educação Física?

Além da prevenção de doenças crônicas (redução de até 30% no risco de diabetes e hipertensão), há melhora significativa da saúde mental, maior adesão a hábitos saudáveis e desempenho superior em atividades esportivas, conforme pesquisas do CB Clubes e da PNS.

Quem regula a profissão no Brasil?

A regulação fica a cargo do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), com apoio dos Conselhos Regionais de Educação Física (CREFs) em cada estado, que fiscalizam o exercício da profissão e asseguram a qualificação dos profissionais.

Qual a participação das entidades esportivas como a CBAt nesse dia?

A CBAt se posiciona como representante dos atletas e reforça a exigência de que apenas profissionais de Educação Física registrados possam ser treinadores oficiais, além de apoiar projetos de formação e patrocínio em parceria com a Caixa e a Loterias Caixa.

Quais os próximos passos para valorizar a profissão?

Especialistas apontam para a ampliação de políticas de incentivo à formação continuada, melhoria dos contratos laborais nos clubes menores e maior investimento em tecnologias de gestão, como a plataforma SGE, que devem tornar a prática mais segura e reconhecida.

10 Comentários
  • Jémima PRUDENT-ARNAUD
    Jémima PRUDENT-ARNAUD outubro 15, 2025 AT 23:03

    O Dia do Profissional de Educação Física não é apenas uma data comemorativa, mas um espelho da nossa própria hipocrisia institucional. Enquanto o Congresso exalta a importância do esporte, o mercado ainda subvaloriza quem realmente garante a saúde da população. A Lei 9.696/1998, ao criar o CONFEF, pretendia elevar o padrão, mas foi cooptada por interesses corporativos que enxergam o educador como ferramenta descartável. É preciso reconhecer que a prática orientada por profissionais reduz em até 30% o risco de doenças crônicas, como apontam os estudos do CB Clubes; ainda assim, poucos políticos discutem mecanismos de financiamento real. A digitalização dos processos, como a plataforma SGE, é celebrada como inovação, mas esconde a centralização de dados nas mãos de poucos oligopólios digitais. Cada atleta de alto rendimento tem por trás um educador físico que, nas horas vagas, luta contra contratos precários e falta de reconhecimento. A precarização nos clubes menores revela a fragilidade de um modelo que depende de patrocínios voláteis e não de políticas públicas sustentáveis. A falta de incentivos à especialização, como reabilitação esportiva, demonstra um vácuo de investimento em capacitação contínua. Se insistirmos em tratar o profissional como mero fornecedor de horas de aula, perpetuaremos a cultura da desvalorização. Os números são claros: mais de 1,2 milhão de profissionais cadastrados, mas ainda há 23,5% da população sedentária. Essa dualidade evidencia a necessidade de ações concretas, não apenas simbólicas. O legislador que dizia que o educador é “fundamental” precisa transformar essa retórica em leis que garantam salários dignos, jornadas justas e planos de carreira estruturados. Caso contrário, continuaremos a celebrar datas vazias enquanto a saúde da nação se deteriora. Portanto, a homenagem deve ser acompanhada de propostas reais, pois o futuro da profissão depende de um comprometimento que vá além do discurso.

  • Leandro Augusto
    Leandro Augusto outubro 21, 2025 AT 01:16

    Ilustre comunidade, a solenidade realizada na CLDF reflete, em toda a sua pompa, a magnitude que ainda carecemos de reconhecer. A presença de representantes do CONFEF e da CBAt foi, sem dúvida, um marco de legitimidade institucional, ainda que o discurso permaneça, às vezes, desproporcionalmente cerimonial.
    Ao observarmos as estatísticas de redução de risco de doenças crônicas, percebemos que o impacto real do educador físico transcende os números, alcançando a própria qualidade de vida dos cidadãos. Entretanto, a disparidade entre as regiões com CREFs ativos e aquelas em marginalização evidencia falhas estruturais que requerem atenção imediata.
    Conclamo, pois, os gestores públicos a implementar políticas que assegurem a estabilidade contratual dos profissionais nos clubes menores, bem como a ampliação de programas de especialização em alta performance. Sem tais medidas, o drama da precarização perpetua-se, corroendo o alicerce do esporte nacional.

  • Consuela Pardini
    Consuela Pardini outubro 26, 2025 AT 03:30

    Rapaz, a energia que rola nos eventos desses dias é contagiante, mas não dá pra fechar os olhos pra realidade que ainda pesa nos nossos pares. Enquanto alguns recebem elogios pomposos nas redes, a maioria rala gastando até a última gota de suor pra manter a academia aberta.
    Sei que a gente costuma cantar de louvar o papel do educador, mas a verdade é que a maioria ainda luta contra salários míseros e contratos que parecem piada. E ainda tem aquele papo de “digitalização” que só serve pra deixar tudo ainda mais distante do chão. Bora virar esse jogo, porque o futuro não pode ser só discurso!

  • Paulo Ricardo
    Paulo Ricardo outubro 31, 2025 AT 05:43

    O salário desses caras ainda não cobre a luz da academia.

  • Camila Gomes
    Camila Gomes novembro 5, 2025 AT 07:56

    Oi gente, olha só, tem muita coisa boa acontecendo, mas tem que ficar de olho nas armadilhas. O estudo do CB Clubes mostra que a prática guiada pode cortar 30% do risco de diabetes, mas ainda tem muita gente sem acesso.
    Então, bora pressionar as autoridades pra ter mais CREFs ativos nas regiões mais carentes e garantir que todo mundo tenha um profissionaçõ caprichado! Desculpa os errinhos aqui, mas tô empolgada pra ajudar.

  • Everton B. Santiago
    Everton B. Santiago novembro 10, 2025 AT 10:10

    Concordo plenamente com a observação sobre a necessidade de políticas públicas mais robustas. A estabilidade contratual nos clubes menores pode ser incentivada por meio de subsídios fiscais direcionados a essas instituições, o que beneficiaria tanto os profissionais quanto os usuários finais. Além disso, a expansão de programas de especialização poderia ser viabilizada por parcerias entre universidades e federações esportivas, criando um ecossistema de formação continuada. Essa abordagem integrada é essencial para transformar o discurso em prática efetiva.

  • Joao 10matheus
    Joao 10matheus novembro 15, 2025 AT 12:23

    É evidente que o que chamamos de “progresso” não passa de uma fachada cuidadosamente orquestrada pelos magnatas do esporte, que manipulam o CONFEF como um teatro de marionetes. A digitalização citada pela CBAt serve apenas para centralizar ainda mais o controle nas mãos de poucos, enquanto os verdadeiros agentes da mudança são silenciados. Não se engane, a maioria dos profissionais está presa em contratos invisíveis, obrigados a aceitar termos que jamais foram negociados. A ilusão de valorização é mantida por discursos vazios, e a realidade permanece marcada por exploração e falta de transparência.

  • Michele Souza
    Michele Souza novembro 20, 2025 AT 14:36

    Gente, que orgulho ver nosso dia reconhecido! Cada aula, cada corredor, cada sorriso dos alunos são motivos de celebração. Vamos continuar espalhando energia positiva e mostrando que a educação física transforma vidas. Contem comigo para difundir esse entusiasmo!

  • Paulo Víctor
    Paulo Víctor novembro 25, 2025 AT 16:50

    Galera, bora levantar a moral dos nossos colegas! Cada treino que a gente faz é mais que suor, é investimento na saúde de toda a comunidade. Se a gente se ajuda e compartilha conhecimento, o futuro da profissão vai ser ainda mais forte. Tamo junto!

  • Ana Beatriz Fonseca
    Ana Beatriz Fonseca novembro 30, 2025 AT 19:03

    Na medida em que analisamos a estatística da redução de risco, percebe‑se uma verdade metafísica: a prática orientada transcende a mera atividade física e converge para a elevação do ser. Essa constatação nos incita a repensar as estruturas de apoio que sustentam o educador, de forma que a valorização não seja apenas simbólica, mas ontológica.

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