Aterros Sanitários: o que são e como funcionam

Um aterro sanitário é um local preparado para receber o lixo que a gente gera no dia a dia. Ao contrário dos lixões, ele tem camada de terra, sistemas de drenagem e controle de gases. O objetivo é evitar que o lixo contamine água, ar e solo. Quando bem projetado, ele fecha o material em áreas delimitadas e reduz riscos para a saúde da população.

Principais normas e licenciamento

No Brasil, a Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece regras para abrir e operar um aterro. Primeiro, o proprietário precisa de um estudo de impacto ambiental aprovado pelo órgão estadual. Depois, o aterro recebe um alvará que indica a capacidade de receber resíduos e os requisitos de monitoramento. Todo o processo exige relatórios mensais de coleta de gás metano, controle de líquidos e inspeções de segurança.

Impactos ambientais e como mitigá‑los

Mesmo com controle, um aterro pode gerar gases como metano, que contribuem para o efeito estufa. Para cortar esse efeito, muitos aterros instalaram sistemas de captura de gás e o utilizam para gerar energia. A água de chuva que escorre sobre o lixo pode virar chorume, um líquido tóxico. Por isso, há camadas de impermeabilização e drenos que evitam a contaminação do lençol freático. Manter a cobertura diária do lixo com solo ou cinzas também ajuda a reduzir odores e insetos.

Para as cidades, escolher a localização certa faz toda a diferença. Deve ficar longe de áreas residenciais, rios e reservas ambientais. O planejamento também inclui rotas de transporte que minimizem o tráfego de caminhões pesados nos bairros. Quando a comunidade entende o motivo do aterro e vê a fiscalização funcionando, a aceitação aumenta.

O futuro dos aterros está ligado à tecnologia. Hoje, sensores medem a temperatura e o nível de gases em tempo real, enviando dados para o controle central. Isso permite agir rapidamente se houver algum problema. Além disso, projetos de reciclagem avançada buscam extrair materiais úteis antes de dispor o restante no aterro, diminuindo a quantidade de resíduos enviados.

Participar da gestão do aterro não é só tarefa do governo. Moradores podem acompanhar as audiências públicas, fazer perguntas e cobrar transparência. Quando a população tem voz, o operador tem mais incentivo para cumprir as normas e melhorar os processos. Assim, o aterro sanitário deixa de ser um ponto de conflito e se torna parte da solução para lidar com o lixo de forma segura e responsável.