LCIs e LCAs perderão isenção de IR: nova cobrança de imposto abala investimentos

jun, 9 2025

Mudança histórica: Fim da isenção de IR nas LCIs e LCAs

Pela primeira vez em anos, o investidor brasileiro que aposta em LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) vai sentir a mordida do imposto de renda. O governo federal anunciou que, a partir de 2026, esses títulos não terão mais aquela velha isenção de IR, passando a sofrer uma cobrança de 5% sobre os ganhos. Quem aplica nesses papéis sempre valorizou a isenção, que era um grande diferencial diante de outros ativos. Mas o cenário mudou.

Esses títulos, apesar dos nomes complicados, basicamente financiam dois setores pilares da economia: o imobiliário e o agronegócio. Ao investir em uma LCI, na prática, você está ajudando a viabilizar construção de casas, prédios ou financiamentos desse setor. Já a LCA direciona recursos diretamente para o agronegócio, apoiando desde pequenas fazendas familiares até gigantes da exportação.

Essa isenção foi criada para justamente estimular aportes privados nessas áreas estratégicas. Só que o governo agora está de olho no ajuste das contas públicas. A nova regra faz parte do pacote para compensar a redução da arrecadação prevista no IOF, o famoso imposto sobre operações financeiras. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixou claro que a taxação é bem mais branda comparada a outros investimentos: enquanto o novo IR para LCIs e LCAs será de 5%, CDBs chegam a pagar até 17,5%.

Impacto para investidores: as LCIs e LCAs ainda valem a pena?

Com esse movimento, o cenário muda não só para quem investe, mas também para quem precisa de recursos nesses setores. As taxas de 5% diminuem o retorno líquido ao investidor, mas o risco segue baixo. LCIs e LCAs continuam competitivas, principalmente para quem pensa em segurança ou em diversificar a carteira, já que a volatilidade costuma ser menor que em outros papéis como fundos de ações ou mesmo os próprios CDBs.

Analistas já calculam como deve ficar o rendimento dessas letras a partir de 2026. Para muitos, o impacto será sentido, mas limitado—principalmente para quem já estava acostumado com o conforto da isenção. Ainda assim, para muita gente que evita riscos, esses títulos podem continuar interessantes, especialmente para o perfil mais conservador.

Vale lembrar que a mudança foi oficializada por medida provisória e pode ter modificações pelo Congresso, mas a tendência é mesmo o fim da isenção. Investir em títulos atrelados à economia real, com novas regras de tributação, exige agora um olhar afinado nas contas e nas expectativas para o mercado brasileiro nos próximos anos. O que se sabe: nada mais de isenção total nas LCIs e LCAs; a partir de 2026, 5% vai pro leão, e o investidor vai precisar repensar como maximizar seus ganhos sem abrir mão da segurança.