Central e Santa Cruz Garantem Segurança em Clássico com TAC e Proibição de Torcidas Organizadas

mai, 19 2025
Clássico sob Vigilância: Como o TAC Mudou a Rotina do Central e Santa Cruz
O clássico entre Central e Santa Cruz no domingo, 18 de maio de 2025, não foi marcado apenas pela rivalidade em campo, mas por uma operação de segurança diferente de tudo que a torcida estava acostumada. Atendendo a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), os dois clubes tiveram que seguir regras rígidas para garantir que o evento esportivo não saísse do controle—especialmente fora das quatro linhas.
Para começar, o acordo exigia vigilância extra: qualquer incidente, ameaça ou situação suspeita deveria ser comunicado imediatamente ao MPPE. Isso envolveu desde brigas próximas ao estádio até postagens suspeitas em redes sociais que pudessem indicar risco de tumultos. Foi montado um centro de monitoramento no próprio estádio, onde representantes dos clubes, autoridades e responsáveis pela organização acompanhavam tudo em tempo real em contato direto com a polícia.
Mas a principal novidade ficou por conta da proibição da entrada das torcidas organizadas. Quem costuma frequentar os jogos sabe o quanto essas torcidas podem transformar o clima das arquibancadas. Só que justamente por esse poder de mobilização, elas também podem ser fonte de confusão e até episódios de violência, como já aconteceu em outras ocasiões no futebol pernambucano. O TAC deixou claro: bandeiras, faixas e até uniformes que remetessem a organizadas ficaram de fora do estádio—nem mesmo seus líderes puderam entrar no local caracterizados.
Clima Tenso e Fiscalização Rígida
A polícia militar não deu mole. Diferente de outros jogos, o efetivo foi reforçado tanto nos arredores do estádio quanto nos principais pontos de encontro dos torcedores nas horas que antecederam a partida. Cada portão teve detector de metal, revista minuciosa e monitoramento por câmeras. Até mesmo vendedores ambulantes e funcionários temporários passaram por checagem de antecedentes, uma medida rara em jogos regionais, mas que agora virou padrão temporário.
Esse rígido controle foi resposta direta ao histórico de confrontos em partidas anteriores e à preocupação do MPPE em perder o comando da situação. Além disso, o TAC foi amarrado a recomendações externas do próprio Ministério: suspender quaisquer grupos organizados até que se comprove capacidade de fiscalizá-los com segurança. Para muitos torcedores comuns, a partida pareceu mais tranquila, mas há quem reclame da falta de atmosfera típica que as organizadas dão ao espetáculo.
Mesmo assim, os clubes trabalham para mostrar que é possível garantir festa sem violência. Agora, Central e Santa Cruz vão precisar provar ao MPPE, nos próximos jogos, que estão prontos para equilibrar paixão e segurança. O resultado desse clássico serve de teste para novas decisões envolvendo futebol e público em Pernambuco, com a expectativa de que medidas bem-sucedidas sejam levadas para outros confrontos do calendário esportivo local.